16 de novembro de 2009

"As voltas de um andarilho", sobre José Afonso


Uma "reportagem biográfica" é como o jornalista Viriato Teles classifica o seu livro "As voltas de um andarilho - Fragmentos da vida e obra de José Afonso", com lançamento terça-feira na Biblioteca-Museu República e Resistência, Lisboa.


"Este livro, tal como um primeiro esboço realizado em 1983 e a edição de 1999, não é, nem pretende ser, uma biografia de Zeca Afonso", disse Viriato Teles à agência Lusa, qualificando-o antes como uma "reportagem biográfica" que reúne "fragmentos da vida e obra" do cantautor, como indica o subtítulo, acrescentando tratar-se de uma edição revista e actualizada da publicada em 1999.
Para Viriato Teles, a edição que vai agora para as bancas é "apenas um pequeno contributo para que a memória de José Afonso não se apague", embora lhe pareça que o o músico "está hoje mais vivo do que nunca, incluindo junto dos mais jovens, que se identificam cada vez mais com a obra" do autor de "Baladas de Coimbra", "Coro dos Caídos" ou de "Cantares de Andarilho".
Prova disso é a quantidade de versões de canções do autor que têm sido publicadas depois da morte de José Afonso,e que atingiram um pico bastante elevado em 2007, ano do 20.º aniversário da sua morte, quando saíram "sete ou oito discos" dedicados à obra do compositor, sustenta.
"A obra do Zeca mantém-se viva, não apenas pela universalidade da música, como pela modernidade e actualidade das letras. Afinal de contas o "Menino do Bairro Negro" e "Os vampiros" continuam actuais e andam por aí, assim como continuam actuais todos os pressupostos cantados pelo Zeca", justifica.
Viriato Teles fundamenta a obra agora editada com o facto de este ano se assinalar o 80.º aniversário do nascimento de José Afonso, razão por que considerou oportuno actualizar a edição de 1999, há muito esgotada, "corrigindo e actualizando o que era necessário", incluindo a publicação de uma "listagem tão exaustiva quanto possível de toda a discografia do Zeca, e novas fotografias, algumas das quais inéditas".
Entre os dados que se mantêm da edição de 1999 conta-se o prefácio de Sérgio Godinho, em que o músico considera José Afonso "um génio".
Uma listagem da discografia que contabiliza temas de José Afonso em mais de 200 discos (à data da escrita do livro, que só inclui discos dos quais houvesse no mínimo duas referências e que já está desactualizada, já que desde que a obra foi para a tipografia mais temas de José Afonso surgiram noutros trabalhos discográficos, observa.
José Afonso nasceu em Aveiro a 02 de Agosto de 1929 e morreu em Setúbal na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987.

Diário de Notícias

3 Comments:

Viriato Teles disse...

Malta:
que o Diário de Notícias, através de um take da Lusa, me expulse da profissão, é como o outro;
que a seguir o Ionline, por via do mesmo take da Lusa mas desta vez rapiocado por um tal Tiago Pereira, faça o mesmo, eu sou capaz de entender;
agora que o blogue da minha querida Associação José Afonso vá na onda e me coloque nesse limbo vegetativo dos "ex", isso é que me parece, digamos, um tanto excessivo.
A sério: não sou ex-coisa nenhuma, continuo tão jornalista como quando comecei, há trinta anos, embora menos praticante - mas não por vontade própria.
Por isso, amigos e leitores, façam o favor de não tomar em consideração o "ex" que está no primeiro parágrafo da prosa. Que, à parte esse pequeno-grande pormenor, até nem está mal...

Associação José Afonso disse...

Viriato, as nossas desculpas. Erro já corrigido. Abraço.

Viriato Teles disse...

Pipal:
Não há razão para pedido de desculpas. O erro foi da jornalista (de resto bem intencionada e que até fez um bom trabalho, mas foi induzida em erro pela minha pouca visibilidade pública dos últimos tempos) e não deixou quaisquer 'hard feelings'. Na verdade, até nem deixa de ser um pouco verdade: olhando para aquilo que é a prática corrente do lusojornalismo dos nossos dias, eu estou com certeza a mais na profissão... :-)
Abraço, e façam o favor de aparecer mais logo.