5 de abril de 2006

Versões III - Jacinta



Jacinta foi a primeira portuguesa a gravar com o selo da Blue Note, uma das mais conceituadas editoras de jazz do mundo. Teve um passado de composição clássica e chegou até a ser vocalista de um grupo de rock sinfónico, mas foi no jazz que encontrou a energia musical.

"Day Dream" é o segundo álbum. Um disco feito de muitos dias a sonhar que resultaram num "repertório que eu sempre amei como um suprasumo do repertório. É com grande satisfação que vejo estes temas, tocados desta maneira, (…) é a realização de um sonho, mesmo", diz a cantora.

Com o incentivo do célebre músico e produtor norte-americano Greg Osby, Jacinta arriscou marcar a diferença em relação ao primeiro disco. Em "Day Dream" dá voz a composições brasileiras de António Carlos Jobim, Djavan, Ary Barroso ou Tânia Maria.

E porque a universalidade da música permite embalar qualquer um, independentemente de significados ou idiomas, Greg Osby lançou mais um desafio à cantora.

"Lá fui eu à procura de uma canção de embalar que fosse conhecida por Portugal inteiro e, claro, a canção de embalar de Zeca Afonso está acima de qualquer outra. (…) A primeira vez que (os músicos) ouviram foi no dia anterior às gravações. Foi o único tema que o pianista fez questão de levar para casa para estudar", afirmou.


Aquilo que parecia um pesadelo para a cantora de jazz tradicional acabou por revelar-lhe que é preciso sonhar mais alto. Em português. O disco inclui cinco versões de Duke Ellington, com letras de Tiago Torres da Silva.

"Não conseguia imaginar bom jazz cantado em português. (…) Quando vi as letras fiquei completamente siderada e apaixonada e acho que algumas delas até resultam melhor do que os próprios originais", admitiu Jacinta.

Onze músicas, num disco mais uma vez com o selo da Blue Note e novamente gravado nos Estados Unidos

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