18 de maio de 2006

Poema de José Manuel Mendes


somos a verdade nua
o rosto erguido
não a máscara
o gesto que não
teme

sofremos na carne o flagelo
dos chicotes
sangramos a determinação
e a coragem
a luta
- incêndio vivo
força nova em nossos
braços

Canta Zeca Afonso
tua voz desnuda
e térrea
canta e desperta
os punhais
do vento

atam-se as mãos que soltaram
os balões
levaram as flores
na manhã
ao coração do povo

e unidas ganham o caminho
despedaçam as algemas
fazem as praias
do rubro sol

cresce a certeza
da vitória
urgem as horas
ardem as palavras

canta Zeca
canta e desprende
os fios
das tempestades

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