22 de julho de 2006

Cultura e Anticultura em Portugal

«Custa-me ver no meu país este massacre contracultural de que estamos a ser vítimas.
Isto a começar pelos incêndios, destruição criminosa do nosso património artístico, destruição da nossa arquitectura rural tradicional para dar lugar às construções a três cores dos emigrantes... (...) Tenho uma certa nostalgia de uma certa imagem de Portugal que me foi dada por Raul Brandão, Camilo Castelo Branco, pelo próprio Eça de Queirós ( que era de certo modo um afrancesado), pela poesia popular portuguesa, pelos cantores das décimas, pelas festas populares, pelas adegas que hoje estão a ser substituídas pelos snack-bars, pela Rosa Ramalho, pelos cinemas de bairro que hoje estão a ser substituídos pelos estúdios e até por um certo tipo de população que habitava as ruas de Lisboa e que ainda fazia lembrar as sociedade do século XIX altamente miscigenadas. Vejo com certa nostalgia que quem domina agora são os «abecassis.»
«(...) toda a perspectiva progressista é compatível com aspectos conservadores da cultura que se pretende conservar.»


José Afonso («Sete», 25.11.81)

3 Comments:

enlloc disse...

a nostalgia é boa; porém a cultura é fruto do dinamismo e da impermanencia das coisas da vida .

o mesmo passado que a nostalgia nos permite ver belo , tambem carregou sua dor :) e seus problemas.

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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