Trabalhadores das Artes de Palco,
As politicas estrita e cegamente economicistas cuja prática se generaliza, como decorresse uma marcha inevitável do progresso, levam a situações do tipo daquela que estamos a viver no Porto. A alienação de um equipamento municipal, polivalente e de grande envergadura, votado ao serviço publico sem que a classe mais directamente interessada no devir das artes de palco possua nenhum instrumento de contestação. Se o público é uma entidade demasiado abstracta, multiforme e vítima de uma passividade dominante não pode exercer o direito à greve, os trabalhadores do espectáculo, sem estatuto nem direitos laborais, também não podem manifestar publicamente a sua indignação e revolta.
Assim sendo, perante a criminosa alienação de um serviço público, assumimos a iniciativa de ocupar o Pequeno Auditório do Rivoli, tendo em mente que a nossa acção, ilegal mas legitima, iria relançar o debate sobre um processo tido como irreversível e colocar na mesa de discussão três reivindicações mínimas: A garantia de que o teatro municipal não será programado segundo critérios de pura rentabilidade; a garantia de que o teatro municipal acolherá e co-produzirá os trabalhos de todos os núcleos de produção artística local; a garantia de que o Teatro Municipal investirá num serviço de formação de públicos.
Resistindo à calúnia, à pressão, à intimidação, à manipulação, ao desprezo, aqui nos mantemos há 70 horas. Podem tirar-nos a voz, não nos tirarão a razão.
Porto, 18 de Outubro de 2006
As politicas estrita e cegamente economicistas cuja prática se generaliza, como decorresse uma marcha inevitável do progresso, levam a situações do tipo daquela que estamos a viver no Porto. A alienação de um equipamento municipal, polivalente e de grande envergadura, votado ao serviço publico sem que a classe mais directamente interessada no devir das artes de palco possua nenhum instrumento de contestação. Se o público é uma entidade demasiado abstracta, multiforme e vítima de uma passividade dominante não pode exercer o direito à greve, os trabalhadores do espectáculo, sem estatuto nem direitos laborais, também não podem manifestar publicamente a sua indignação e revolta.
Assim sendo, perante a criminosa alienação de um serviço público, assumimos a iniciativa de ocupar o Pequeno Auditório do Rivoli, tendo em mente que a nossa acção, ilegal mas legitima, iria relançar o debate sobre um processo tido como irreversível e colocar na mesa de discussão três reivindicações mínimas: A garantia de que o teatro municipal não será programado segundo critérios de pura rentabilidade; a garantia de que o teatro municipal acolherá e co-produzirá os trabalhos de todos os núcleos de produção artística local; a garantia de que o Teatro Municipal investirá num serviço de formação de públicos.
Resistindo à calúnia, à pressão, à intimidação, à manipulação, ao desprezo, aqui nos mantemos há 70 horas. Podem tirar-nos a voz, não nos tirarão a razão.
Porto, 18 de Outubro de 2006
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