Era uma vez na Galiza, anos oitenta. Um concerto de José Afonso em Cangas de Morrazo (perto de Vigo) num velho teatro municipal. Acompanhava-o eu, Henri Tabot e Guilherme Inês. Chegados à hora do espectáculo, deparámo-nos com um público, a meio da plateia, de seis pessoas! A minha reacção (suponho que a dos meus colegas) foi a de não tocar. E o Zeca disse não! Tocados os 17 ou 18 temas ensaiados pelo grupo, José Afonso pegou na viola e sozinho, tocou cantando mais oito temas entre os quais "Catarina" - a primeira vez que o ouvi cantar assim. Estranho. As seis pessoas de pé aplaudiram incansavelmente José Afonso e durante muito tempo. Como se a sala estivesse cheia.
Só mais tarde percebi que o Zeca, nesse dia, tinha deixado seis amigos na Galiza.
Júlio Pereira
(Músico e amigo do Zeca)
Só mais tarde percebi que o Zeca, nesse dia, tinha deixado seis amigos na Galiza.
Júlio Pereira
(Músico e amigo do Zeca)
3 Comments:
bonito...
É. A diferença estava aí.
Um Abraço
sera isto a que se chama saudade?
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