21 de dezembro de 2006

Apoio ao Ritornello

O programa Ritornello da Radiodifusão Portuguesa, da autoria de Jorge Rodrigues, é provavelmente o programa de maior audiência de toda a Antena 2. O Ritornello é produzido há mais de 10 anos com uma imaginação, diversidade, inteligência, sentido formativo e informativo tais que se tornou, na prática, uma referência incontornável para todos os amantes da música dita erudita em Portugal. Mas não só da música. A poesia, o teatro, a literatura, a dança e a cultura portuguesa, em geral, circulam no Ritornello como numa grande coreografia, cruzando-se através da temática de cada programa criteriosamente escolhida pelo seu autor e por meio dos convidados que nele têm tido voz. Ao longo dos últimos 10 anos, mais de 2000 individualidades, nacionais e estrangeiras, foram entrevistadas por Jorge Rodrigues, permanecendo o testemunho de muitos gravado na memória dos portugueses. Recentemente, alegadamente por conduzir entrevistas desinteressantes (!), a direcção da Antena 2 proibiu Jorge Rodrigues de continuar a entrevistar convidados portugueses. Ficam assim excluidos do programa as vozes de José Saramago, de Agustina Bessa Luís, de Paula Rego, de Maria João Pires, etc.,etc... Sob qualquer ângulo que se observe, a medida é insólita e obtusa, fazendo lembrar tempos dos quais Portugal se libertou com dificuldade. Que serviço público é este que proíbe a voz dos artistas e intelectuais portugueses no programa de maior prestígio de toda a Antena 2 ? Logo aquele que mais dinamicamente tem contribuido para manter os ouvintes, directa ou indirectamente interessados, ao corrente das causas culturais portuguesas! O mérito de Jorge Rodrigues deveria ser premiado por ser do interesse cultural nacional e não obstruido desta forma ridícula. Se discorda desta proibição e se acha que os artistas e intelectuais portugueses merecem continuar a ser entrevistados no Ritornello, por favor dê o seu apoio a este protesto assinando em http://www.petitiononline.com/r1tornel/petition.html e divulgando esta informação.

Muito obrigado.
António Chagas Rosa

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