21 de fevereiro de 2007

José Afonso lembrado um pouco por todo o País | "Primeiro de Janeiro"

José Afonso constitui-se como uma referência do sonho, da procura do humanismo e da utopia de um mundo melhor. Mais do que utilizar a sua música como instrumento de luta, o cantautor foi também um homem e militante político sempre presente no lugar certo dos acontecimentos. Sexta-feira, dia 23, assinalam-se 20 anos sobre a sua morte, uma efeméride que vai ser marcada ao longo do ano com diversas iniciativas.

Goreti Teixeira

A Associação José Afonso (AJA) não teve mãos a medir para a organização de um programa de homenagem que visa recordar José Afonso no ano em que passam duas décadas sobre a sua morte. As parcerias são muitas e estendem-se por várias regiões do País. De acordo com Paulo Esperança, presidente do núcleo do Norte da AJA, todas estas iniciativas têm um objectivo como “partilhar o imaginário do Zeca com quem nunca o conheceu, nem à sua música, muitas vezes em locais onde ele não chegou a tocar”. Uma destas partilhas terminou, ontem, no Clube Literário do Porto que desde quarta-feira apresentou um conjunto de debates em torno da figura do autor de «Traz um amigo também». Quatro dias de testemunhos dos muitos amigos que conviveram de perto com José Afonso e que ficaram também marcados pela inauguração da exposição temática «José Afonso – andarilho, poeta e cantor» que percorre a sua vida desde a infância, passando por Coimbra, Angola e Moçambique, até à sua militância política, discografia e rascunhos de letras musicais.Na cidade berçoDepois do Porto chegou a vez de Guimarães se juntar à festa. A Oficina/Centro Cultural de Vila Flor, em parceria, com a AJA, o Círculo de Arte e Recreio iniciam a sua homenagem, na terça-feira, dia 20, com a exibição do filme «Continuar a Viver» (Os Índios da Meia Praia), sendo que os pontos altos acontecem entre os dias 23 e 24. Assim sendo, a 23, será inaugurada, no grande auditório, a exposição «O que faz falta» que incluirá livros, discos, objectos e documentos pessoais do cantor, seguida do espectáculo teatral e musical «Menino D’Oiro», com dramaturgia e encenação de Gil Filipe. No dia 24, às 15h30, a Banda Militar do Porto actua no pequeno auditório e, uma hora depois, Gil Filipe sobe ao palco para protagonizar a peça «O Incorruptível», de Hélder Costa. Pelas 17h30, «A Vida e Obra de José Afonso» será o tema central do debate que contará com as intervenções de Alípio de Freitas, Mário Barradas, José Mário Branco, Hélder Costa e José António Gomes. A homenagem termina com a música de José Mário Branco, Amélia Muge e João Afonso num concerto intitulado «Maio Maduro Maio», às 21h30, no grande auditório. A noite conta ainda com a presença da poesia de Manuel de Freitas e do grupo galego Ardentía. Paralelamente ao programa do CCVF, a empresa de panificação Pavico e a Biblioteca Municipal Raul Brandão protagonizam, durante todo o mês, a iniciativa «Pão com Sonho» que tem distribuído milhares de sacos de pão com dados biográficos e alguns poemas do cantautor. Entretanto, a 26 de Maio, a Associação Cultural RITUS sedeada em Milheirós de Poiares, concelho da Vila da Feira, tem previsto a realização de um debate, um encontro musical e a inauguração de uma exposição evocativa que reunirá desenhos criados pelos alunos das escolas da região. Já a 3 de Março, em Viana do Castelo, o programa comemorativa inclui um debate e um concerto com 16 músicos, no Teatro Sá de Miranda. Também a Cooperativa Árvore, no Porto, não quis passar à margem da efeméride e entre os meses de Setembro/Outubro, organiza «O Zeca na Cooperativa Árvore» que inclui uma exposição de pintura e escultura. No último trimestre do ano, na Casa das Artes de Arco de Valdevez, a celebração da vida e obra de Zeca será assinalada com um debate, uma exposição e um concerto.


21 de Fevereiro de 2007

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