Já está nas livrarias o novo livro do Padre Mário de Oliveira, cujo prefácio se apresenta.
Olá, Companheiras/Companheiros.
Se calhar, o melhor mesmo é nem sequer abrirem este meu novo livro, aqui editado depois de O Outro Evangelho Segundo Jesus Cristo (Março 2005, Campo das Letras) e de Na Companhia de Jesus e de Ateus. Livro dos Actos Século XXI (Janeiro 2006, Edição de Autor). É que é um livro por demais chocante. Para não dizer blasfemo. Não o abram. Muito menos leiam. Comprem-no e queimem-no, como foi prática corrente durante os tenebrosos tempos da Inquisição. Comprem e queimem todos os exemplares que puderem, antes que alguém inadvertidamente o adquira e o leia. Evitarão, assim, que estes SALMOS cheguem às mãos, à mente e ao coração de muitas outras pessoas. Sobretudo, evitarão que muitas outras pessoas se ponham para aí a fazer seus todos estes salmos “blasfemos” que o livro leva dentro.
O mais chocante, porém, é que, ainda por cima, são Salmos. Como os da Bíblia. Salmos que tentam dar voz a um diálogo vivo com o Totalmente Outro que nunca ninguém viu nem verá, mas que misteriosamente sempre nos leva ao colo. São exactamente os primeiros 50 salmos da Bíblia, inclusive com a mesma numeração e até os mesmos versículos. Mas desenganem-se, porque estes Salmos que aqui apresento já não são mais os inofensivos Salmos da Bíblia. São novos Salmos, escutados e redigidos por mim, neste início do século XXI, aqui em Macieira da Lixa, um dos lugares teológicos, desde os idos de setenta, do Deus que gosta de Política não de Religião. Procurei escutar e reescrever cada um, na fidelidade ao mesmo Sopro ou Espírito politicamente conspirativo e subversivo que é o Sopro ou Espírito desse Deus que é também o de Jesus.
Desde que os Salmos da Bíblia foram escritos – já lá vão mais de 2500 anos, pelo menos para os mais antigos – o mundo mudou muito e muita água correu já debaixo das pontes. Mas, estranhamente, os salmos da Bíblia, como, de resto, toda a Bíblia, inclusive, os quatro Evangelhos com que abre o Novo Testamento, têm permanecido sempre os mesmos. Eram salmos chocantes e blasfemos, nos dias e nas circunstâncias em que foram escutados e redigidos. E, com o tempo, tornaram-se todos praticamente inofensivos. Pior, verdadeira fonte de alienação e de rotinas institucionais, para uso diário de freiras, de frades e de eclesiásticos de todos os graus, desde o pároco da mais ignota aldeia, aos eminentíssimos cardeais da Cúria romana e a Sua Santidade o papa‑chefe‑de‑Estado‑do‑Vaticano. A verdade é que rezam-nos e adormecem quase logo. Rezam‑nos e reforçam ainda mais o seu farisaísmo. Rezam-nos e não deixam de continuar a crescer em privilégios. Rezam‑nos e sobem até ao quinto céu dos seus Moralismos Sado-masoquistas (o que se passou em Portugal nos dias que antecederam a votação do Referendo à Lei de despenalização do aborto é apenas o exemplo mais recente). Rezam-nos e vêem cada vez mais reforçada a sua influência institucional junto das famílias bem‑pensantes e bem-falantes da Sociedade. Rezam-nos e sentem-se ainda mais autorizados a humilhar o Pobre com as suas reiteradas caridadezinhas, servidas habitualmente à mistura com catequeses e outras práticas devocionais sem qualquer força politicamente libertadora e conspirativa.
Ora, com esta nova versão, os Salmos recuperam o seu fecundo Sopro ou Espírito politicamente conspirativo e subversivo. Tornam-se de novo os Poemas-Oração demolidores que originalmente todos eles foram, por isso, impulsionadores de Utopias que haveremos de materializar no Tempo, mediante lúcidas práticas económicas e políticas libertadoras e sororais/fraternas, as nossas. E também Poemas-Oração inevitavelmente chocantes e até blasfemos para a generalidade dos católicos tradicionais, para protestantes fundamentalistas, e até para ateus/agnósticos mais ou menos instalados e acomodados, elas e eles. Porém, sejamos honestos, ao menos uma vez na vida, com a realidade histórica: Pode lá haver Obscenidade maior na História do que a existência do Templo e do Império, habitualmente coligados e sempre prontos a abençoar e a impor, como Ordem querida por Deus, a presente Ordem Económico-financeira mundial que fabrica pobreza e pobres em massa e depois ainda exige de todos os povos subserviente e reiterada veneração, senão mesmo adoração?
Olá, Companheiras/Companheiros.
Se calhar, o melhor mesmo é nem sequer abrirem este meu novo livro, aqui editado depois de O Outro Evangelho Segundo Jesus Cristo (Março 2005, Campo das Letras) e de Na Companhia de Jesus e de Ateus. Livro dos Actos Século XXI (Janeiro 2006, Edição de Autor). É que é um livro por demais chocante. Para não dizer blasfemo. Não o abram. Muito menos leiam. Comprem-no e queimem-no, como foi prática corrente durante os tenebrosos tempos da Inquisição. Comprem e queimem todos os exemplares que puderem, antes que alguém inadvertidamente o adquira e o leia. Evitarão, assim, que estes SALMOS cheguem às mãos, à mente e ao coração de muitas outras pessoas. Sobretudo, evitarão que muitas outras pessoas se ponham para aí a fazer seus todos estes salmos “blasfemos” que o livro leva dentro.
O mais chocante, porém, é que, ainda por cima, são Salmos. Como os da Bíblia. Salmos que tentam dar voz a um diálogo vivo com o Totalmente Outro que nunca ninguém viu nem verá, mas que misteriosamente sempre nos leva ao colo. São exactamente os primeiros 50 salmos da Bíblia, inclusive com a mesma numeração e até os mesmos versículos. Mas desenganem-se, porque estes Salmos que aqui apresento já não são mais os inofensivos Salmos da Bíblia. São novos Salmos, escutados e redigidos por mim, neste início do século XXI, aqui em Macieira da Lixa, um dos lugares teológicos, desde os idos de setenta, do Deus que gosta de Política não de Religião. Procurei escutar e reescrever cada um, na fidelidade ao mesmo Sopro ou Espírito politicamente conspirativo e subversivo que é o Sopro ou Espírito desse Deus que é também o de Jesus.
Desde que os Salmos da Bíblia foram escritos – já lá vão mais de 2500 anos, pelo menos para os mais antigos – o mundo mudou muito e muita água correu já debaixo das pontes. Mas, estranhamente, os salmos da Bíblia, como, de resto, toda a Bíblia, inclusive, os quatro Evangelhos com que abre o Novo Testamento, têm permanecido sempre os mesmos. Eram salmos chocantes e blasfemos, nos dias e nas circunstâncias em que foram escutados e redigidos. E, com o tempo, tornaram-se todos praticamente inofensivos. Pior, verdadeira fonte de alienação e de rotinas institucionais, para uso diário de freiras, de frades e de eclesiásticos de todos os graus, desde o pároco da mais ignota aldeia, aos eminentíssimos cardeais da Cúria romana e a Sua Santidade o papa‑chefe‑de‑Estado‑do‑Vaticano. A verdade é que rezam-nos e adormecem quase logo. Rezam‑nos e reforçam ainda mais o seu farisaísmo. Rezam-nos e não deixam de continuar a crescer em privilégios. Rezam‑nos e sobem até ao quinto céu dos seus Moralismos Sado-masoquistas (o que se passou em Portugal nos dias que antecederam a votação do Referendo à Lei de despenalização do aborto é apenas o exemplo mais recente). Rezam-nos e vêem cada vez mais reforçada a sua influência institucional junto das famílias bem‑pensantes e bem-falantes da Sociedade. Rezam-nos e sentem-se ainda mais autorizados a humilhar o Pobre com as suas reiteradas caridadezinhas, servidas habitualmente à mistura com catequeses e outras práticas devocionais sem qualquer força politicamente libertadora e conspirativa.
Ora, com esta nova versão, os Salmos recuperam o seu fecundo Sopro ou Espírito politicamente conspirativo e subversivo. Tornam-se de novo os Poemas-Oração demolidores que originalmente todos eles foram, por isso, impulsionadores de Utopias que haveremos de materializar no Tempo, mediante lúcidas práticas económicas e políticas libertadoras e sororais/fraternas, as nossas. E também Poemas-Oração inevitavelmente chocantes e até blasfemos para a generalidade dos católicos tradicionais, para protestantes fundamentalistas, e até para ateus/agnósticos mais ou menos instalados e acomodados, elas e eles. Porém, sejamos honestos, ao menos uma vez na vida, com a realidade histórica: Pode lá haver Obscenidade maior na História do que a existência do Templo e do Império, habitualmente coligados e sempre prontos a abençoar e a impor, como Ordem querida por Deus, a presente Ordem Económico-financeira mundial que fabrica pobreza e pobres em massa e depois ainda exige de todos os povos subserviente e reiterada veneração, senão mesmo adoração?
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