3 de junho de 2007

Poemas portugueses em Sho

Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Camões, António Nobre e José Afonso são alguns dos autores dos poemas expostos na Biblioteca Florbela Espanca, em Matosinhos. Trata-se da transcrição dos textos para Sho, arte da caligrafia japonesa.

A artista plástica japonesa Iku Yamamoto inaugurou, na passada sexta-feira, uma exposição de Sho, arte da caligrafia daquele país do extremo-oriente. A mostra está patente na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, em Matosinhos, e pode ser visitada até ao dia 16 do corrente mês.
Este é um trabalho que tem a particularidade de transpor para aquela forma de arte poemas de alguns dos mais conhecidos autores portugueses, como o caso de Fernando Pessoa, Florbela Espanca, Camões, António Nobre e José Afonso, entre outros.
Quanto a motivações para a realização deste trabalho, Iku Yamamoto confessou a O PRIMEIRO DE JANEIRO ter um particular fascínio pelo nosso país, tendo em conta o facto de terem sido os navegadores portugueses que levaram, ao “país do Sol Nascente” a cultura europeia.
Tendo em conta este facto, a artista nipónica pediu a alguns portugueses a residir na sua cidade (Quioto) que lhe indicassem alguns dos poetas portugueses, tendo-lhe sido sugeridos os que estão presentes na mostra agora inaugurada em Matosinhos.

Conceito
Conforme é referido na nota de imprensa distribuída pela Câmara Municipal de Matosinhos, a caligrafia japonesa Sho é uma forma de arte minimal milenar que utiliza na sua execução apenas duas cores, o branco e o preto, para condensar em si todos os elementos próprios de uma obra de arte.
Segundo Iku Yamamoto, a ideia base desta arte é a tomada de consciência da relação entre o céu (cima) e a terra (baixo), “ou seja o Universo e exprimir a sua beleza. Esta é a razão pela qual o sho é escrito verticalmente de cima para baixo”.
A artista plástica japonesa confessa mesmo ter sido esta a primeira vez que tentou escrever letras no alfabeto sho. “Confesso ter sido uma tarefa difícil e levou-me mais tempo que esperava”.
Apesar desta dificuldade, Iku Yamamoto considerou esta primeira experiência de 20 quadros como positiva e afirmou ter vontade de continuar o seu trabalho.


Eduardo Coelho - Primeiro de Janeiro

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