Coimbra vai homenagear, de 2 de agosto a 5 de outubro, um dos homens que mais marcou e que continua a marcar a cidade. Zeca Afonso vai ser assim recordado com um programa intenso que marca os 80 anos do nascimento do cantor. A Câmara espera que a cidade se una nesta homenagem singela mas sentida que “faz justiça” à grandiosidade do homem que foi Zeca Afonso, “uma pessoa normal, que era um pequeno génio”. “O Memorial a José Afonso é uma forma da cidade fazer justiça a um homem que tanto fez por Coimbra”. Mário Nunes, vereador da Cultura, lamenta que a cidade não tenha sabido reconhecer o seu valor e não lhe tenha dado o que merecia no final da sua vida. Entende, no entanto, que nunca é tarde para voltar a enaltecer o valor do homem e do artista que, não tendo nascido na cidade, tão longe levou o seu nome e a sua música.Este Memorial procura abordar as diferentes panorâmicas da música de Zeca Afonso, através de um programa diversificado que procura.O programa começa a 2 de agosto, às 18h00 com a colocação de uma placa na casa onde viveu José Afonso, na Avenida Dias da Silva. Prossegue na Pastelaria Zizânia (situada no prédio onde viveu o músico), com o lançamento da obra “José Afonso: da boémia coimbrã à solidariedade utópica (1940-1969)”, de autoria de Jorge Cravo; sendo também interpretadas algumas baladas de José Afonso, por António Dinis (voz) e João Martins (viola), elementos do Grupo “Verdes Anos”.O lançamento deste livro assume-se como um dos pontos altos deste programa, já que procura dar a conhecer melhor o músico e o homem. Segundo Jorge Cravo, da Biblioteca e Arquivo da autarquia, procura “desmistificar um pouco o Zeca Afonso, mostrando o homem de ‘carne e osso’, com as suas ideias, manias e sonhos, levando os mais novos a interessar-se pela canção de Coimbra e a ver o Zeca como um colega e como um testemunho de que qualquer um deles pode pegar na canção de Coimbra e dar-lhe a volta que entender”.Nesta obra, que será oferecida a todos os presentes e que será posteriormente colocada à venda a um preço simbólico, o público poderá descobrir alguns dos “hábitos e manias” desde homem que, como realça Jorge Cravo, “sendo uma pessoa normal era um pequeno génio”. Assim, poderá descobrir, por exemplo, que “era normal Zeca Afonso andar sempre com uma saca de comprimidos para dormir e outra para acordar, que era normal calçar um sapato castanho e um preto e que era normal em vez da batina vestir a saia da mulher”. Depois da apresentação desta obra, o programa prossegue, às 21h30, no Teatro da Cerca de S. Bernardo, com um espetáculo musical, intitulado “Tributo a Zeca Afonso”, pela Companhia Bengala. Os ingressos têm um custo de 5 euros, sendo que os estudantes e as pessoas com mais de 65 anos pagam apenas 3 euros e os funcionários da Câmara Municipal de Coimbra, Serviços Municipalizados e Empresas Municipais 2,50 euros.O Memorial continua a 2 de setembro, às 18h00, na Casa Municipal da Cultura, com as “Baladas do Zeca”, pelo Quarteto de Cordas da Orquestra Clássica Centro; e com a inauguração da exposição Biodiscográfica “José Afonso: o solidário utópico”.No dia 5 de setembro, às 15h30, também na Casa da Cultura, decorrem as “Conversas a meio da tarde”, sobre o tema “A Música de José Afonso”, que terá como intervenientes Manuel Rocha, Rui Pato, José Mário Branco. A segunda sessão destas conversas, agendada para dia 12 de setembro, à mesma hora e no mesmo local, terá como temática “A poesia de José Afonso”, e terá como intervenientes José Manuel Mendes, Rui Namorado (a confirmar), António Vilhena. Segue-se um recital de poesia de José Afonso, pela companhia Bonifrates.Também no dia 12 decorre no Teatro Académico de Gil Vicente, às 21h30, o espetáculo de dança “Dançar Zeca Afonso” (de António Rodrigues), pela CeDeCe - Companhia de Dança Contemporânea. O acesso é gratuito.O programa prossegue a 19 de setembro, com nova sessão das “Conversas a meio da tarde”, sob o tema “A vivência coimbrã de José Afonso”, por Carlos Couceiro (a confirmar), Durval Moreirinhas, Luiz Goes.No dia 26 o TAGV acolhe, às 21h30, o espetáculo “Meditherranios”, com Luísa Amaro (guitarra portuguesa), António Eustáquio (guitolão), Gonçalo Lopes (clarinete soprano e baixo), Baltazar Molina (percussão oriental) e que conta com a participação especial de Mário Laginha (piano). A entrada é gratuita. O Memorial termina a 3 de outubro, às 21h30, no Pavilhão Centro de Portugal, com o espetáculo “Tributo a José Afonso”, pelo Grupo Canção de Coimbra.
Zilda Monteiro | O Despertar
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