19 de dezembro de 2005

Um texto de Faria de Almeida sobre o jornal "Matosinhos hoje"

QUE FORÇA É ESSA?

Que força é essa que faz resistir 11 anos, contra ventos e marés, contra crises, económicas e morais?

Não queria deixar o meu testemunho, suspeito como todos os que são em causa própria, pelos 11 anos de um projecto que orgulha os seus mentores, aqueles que todos os dias o projectam e elaboram e a cidade que lhe dá o nome. Aproveitando a minha paixão pela música, principalmente pela música portuguesa, deixem-me usar alguns dos títulos dos autores que tenho por referência na música popular portuguesa para compor este modesto depoimento.

11 de Setembro de 1993 era o primeiro dia de um novo ser. Nascia um jornal. Nas ruas de Matosinhos sussurrava-se: espalhem a notícia. Eram redondos vocábulos que germinavam, num sonho de águas claras de um conjunto de vontades de verdadeiros homens dos setes instrumentos que com um brilhozinho nos olhos punham em pé uma nova utopia.

Neste percurso de mais de uma década demonstrou-se do que um homem é capaz. Ser solidário com as suas gentes, com a sua terra, avançando por este rio acima feito de honestidade, de verticalidade. Sem medo do charlatão, mas tendo sempre cuidado com as imitações.

É terça-feira e o MH está na rua. Mesmo contra a nova-brigada-dos-coronéis-de-lápis-azul que, a todo o custo, querem derrubar quem vive, e sempre viverá, de pé. A queda do império não estará longe pois, enquanto há força, mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.

Vou-me embora, vou partir com a certeza de que resistir é vencer.

Parabéns e obrigado a toda a equipa do MH. Deixem-me abraçar de forma especial um homem, Joaquim Queirós, que com o elixir da eterna juventude dá um exemplo de tenacidade e de crença a todos nós.

Já agora, o meu obrigado ao Zeca Afonso, ao José Mário Branco, ao Sérgio Godinho, ao Fausto e ao Vitorino pela ajuda.

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