Movimentos Perpétuos - Tributo a Carlos Paredes
"Movimentos Perpétuos - Tributo a Carlos Paredes" é um documentário em 17 movimentos, em que os testemunhos e a guitarra definem o génio, a bravura, e a modéstia deste grandioso músico.Evocando a memória dos velhos filmes de família, plenos de intimidade, estabelece um diálogo entre uma guitarra e uma câmara de Super8, enquanto vai partilhando pequenas histórias da vida de Carlos Paredes.O concerto que o guitarrista deu no Auditório Carlos Alberto, no Porto, em 1984 - onde antecedia cada interpretação com longas explicações sobre o seu método de trabalho - é o ponto de partida para o desenrolar de histórias de prisão, resistência, sucessos e amadorismo, todas elas relatos marcados pela simplicidade e pela paixão.Imagens, sons de arquivo e depoimentos (de Rui Vieira Nery, José Jorge Letria, Paulo Rocha, Malangatana e José Carlos Vasconcelos), contextualizam a importância do músico, não se sobrepondo nunca à própria voz de Paredes. Obviamente que falando-se de Edgar Pêra, tudo isto aparece fragmentado, estilhaçado, multiplicado e reinventado a seu bel-prazer.Como quase sempre faz, o cineasta constrói um "mundo paralelo", onde o passado e o presente se confundem, como se a portugalidade indefinível que constitui a essência da música de Paredes continuasse presente e não nos tivesse abandonado.Sobre este filme-tributo, confessa-se surpreendido pelas afinidades que encontrou com o músico. "Sinto-me pouco à vontade com ícones como o Carlos Paredes. Não por não gostar do trabalho deles - exactamente por gostar e achar que é uma armadilha prestar homenagens. Mas há ali muitas frases que subscrevo... Ele e os que falam dele levantam questões que afectam qualquer pessoa que tenha um percurso independente em Portugal - que conduz na maior parte das vezes a uma marginalização", explicou numa entrevista concedida ao 'Público'. Para além de uma tocante homenagem ao músico, e à pessoa que se escondia por detrás dele, este é também o filme mais bem conseguido e acessível de Edgar Pêra. De resto, o cineasta reconheceu, na mesma entrevista, que a linguagem que habitualmente usa lhe tem tolhido os movimentos. "A realidade é que para fazer ficção em Portugal é complicadíssimo convencer um produtor a investir num filme. As pessoas não me dão dinheiro porque devem ter medo que eu faça uma coisa esquisita. Ora, quando cheguei a 2001 e vi 'A Janela', 'O Homem-Teatro' [documentário sobre o encenador e actor António Pedro] e 'Oito, Oito' a estrear, tudo no mesmo ano, apercebi-me de que podia lidar com matéria ficcional linear com destreza", diz, acrescentando "mas tenho esbarrado naquela coisa chamada júris...".Neste momento, está a ultimar "Rio Turvo", adaptação de um conto de Aquilino Ribeiro, filmado em regime de produção independente, sem subsídio.
2 Comments:
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