A re-edição em cd (Strauss, 1998) do LP original “Canções da Cidade Nova” (1970), com nova capa e designação (a dedicatória de José Afonso, que no album original se encontrava na contracapa) e um novo alinhamento das canções.
Violas: Fernando Alvim e Pedro Caldeira Cabral
Direção Musical e Arranjos: Thilo Krasmann
Direção Musical e Arranjos: Thilo Krasmann
Primeiro e único album (listagem das canções incluída no zip) de Francisco Fanhais (na época conhecido como Padre Fanhais), na sequência do qual passa a integrar o grupo de cantores que usam a poesia e a música para dinamizar numerosas sessões de resistência ao regime vigente. No ano anterior tinha sido editado um EP intitulado "Cantilenas", após uma participação de grande sucesso no programa Zip-Zip, por incentivo de José Afonso (aqui o vosso amigo Rato teve o privilégio de assistir à gravação desse programa no Teatro Villaret, em Lisboa. A esse e a muitos outros!)
«Num tempo marcado pelas guerras de África, pela intransigência acéfala do regime, pelo visco autoritário e dirigista, pela prepotência, pela repressão, pela Ditadura», era-nos pedido que não deixássemos morrer na garganta o grito inventado pela dor, que fizessemos da raiva canção e da canção uma ponte.
E foi o tempo de rejeitar um silêncio cúmplice, tortuoso e sufocante.
Tempo de não adormecer na madrugada.
Tempo do sim irreversível à vida.
Tempo de aprender a não ter medo de amar.
Tempo de encontrar novos companheiros, vindos de outros lugares mas todos sedentos da mesma manhã. E éramos tantos!
"Os tempos eram outros..."
O Tempo é o mesmo.
(Francisco Fanhais)
1 Comment:
Oh quando eu ouvia a voz de Francisco Fanhais… aqui:
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Não podemos ignorar
Vemos, ouvimos e lemos
Relatórios da fome
O caminho da injustiça
A linguagem do terror
A bomba de Hiroshima
Vergonha de nós todos
Reduziu a cinzas
A carne das crianças
D'África e Vietname
Sobe a lamentação
Dos povos destruídos
Dos povos destroçados
Nada pode apagar
O concerto dos gritos
O nosso tempo é
Pecado organizado
(Poema de Sophia de Mello Breyner )
Bem-hajam todos os que tornaram possível este lugar de homenagem ao nosso saudoso Zeca Afonso.
Com um abraço.
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